Por Thaís Marinho
A liquidação extrajudicial do Banco Master, anunciada pelo Banco Central em 18 de novembro, marcou o encerramento definitivo das operações da instituição. A decisão ocorreu após meses de instabilidade e tentativas frustradas de venda, que evidenciaram desequilíbrios relevantes no modelo de negócios do banco.
Com o decreto de liquidação, investidores que aplicaram em CDBs do Master passaram automaticamente a depender do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para reaver seus recursos, dentro dos limites estabelecidos pelo mecanismo de proteção. A seguir, explicamos de forma clara como funciona o processo e quais são os próximos passos.
Por que o Banco Central decretou a liquidação?
O Banco Master vinha demonstrando sinais de fragilidade ao longo de 2024. A instituição trabalhava com uma carteira de crédito considerada de maior risco e vinha oferecendo CDBs com taxas muito acima do padrão de mercado, algumas chegando a 140% do CDI. Durante meses, o mercado acompanhou tentativas de venda e negociações que não avançaram, contribuindo para a deterioração do cenário.
Diante desse contexto, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial da instituição e afastou a antiga administração.
O que significa a liquidação extrajudicial?
A liquidação extrajudicial representa a retirada organizada de uma instituição do Sistema Financeiro Nacional. Com ela:
- As operações do banco são encerradas.
- Todas as obrigações passam a ser consideradas vencidas.
- Um liquidante assume o controle para levantar ativos e dívidas.
- Não há prazo pré-determinado para o encerramento do processo.
A partir desse momento, investidores passam a depender do FGC para reaver valores elegíveis à garantia.
O que acontece com os investidores dos CDBs do Master?
Os CDBs emitidos pelo banco possuem garantia do Fundo Garantidor de Créditos, desde que sigam as regras estabelecidas pelo mecanismo. O FGC cobre:
- Até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, incluindo rendimentos acumulados até a data da liquidação.
- Limite global de R$ 1 milhão a cada quatro anos.
Valores que ultrapassem esses limites entram no processo de liquidação, seguindo a ordem de prioridade entre credores.
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Passo a passo para acionar o FGC
Veja como funciona o processo de ressarcimento:
1. Cadastro no FGC
Baixe o aplicativo oficial do FGC e realize o cadastro com CPF e documento com foto. Para pessoas jurídicas, são necessários CNPJ, documentos societários e identificação dos representantes legais.
2. Aguarde a lista de credores
O liquidante envia ao FGC a relação completa de investidores afetados. Esse processo pode levar até 30 dias úteis.
3. Solicite o pagamento
Após validação dos dados, o FGC libera no aplicativo o valor a ser recebido. Pessoas físicas solicitam pelo app; empresas, pelo site.
4. Assine o termo de sub-rogação
A assinatura acontece no próprio app e confirma que o FGC assume o crédito contra o banco liquidado após o pagamento ao investidor.
5. Receba o valor
Depois da assinatura, o pagamento costuma ser liberado em até 48 horas úteis.
Prazo para solicitar o ressarcimento
O investidor tem até cinco anos para solicitar o reembolso ao FGC, contados da data da liquidação — neste caso, até 18 de novembro de 2030.
É preciso comprovar o investimento?
Normalmente, não. Porém, se o CPF não constar na lista enviada pelo banco liquidado, o investidor deve procurar o liquidante e solicitar a correção. Comprovantes como extratos ou notas de negociação podem ajudar.
E quem investiu em CDBs do Willbank?
Embora o Willbank faça parte do mesmo conglomerado, ele não foi liquidado. As operações seguem normais, e os investidores da instituição não foram afetados pela medida aplicada ao Banco Master.
Por que contar com a Kaza Capital neste momento?
A liquidação do Banco Master reforça a importância de assessoria financeira qualificada. Como escritório credenciado ao BTG Pactual, a Kaza Capital trabalha com rigor técnico, análise criteriosa de risco e orientação contínua para proteger e fortalecer o patrimônio dos nossos clientes.